sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Poesia Adélia Prado

MOTIVO
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou se desfaço,
- Não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Cecília Meireles
Adélia prado em sua palestra no programa sempre um papo mostra o poder humanizador da poesia entre outras coisas. O texto acima se intertextualiza com a palestra por mostrar que a poesia "Tem sangue eterno", a poesia ( textos, telas ,filmes,livros...) nunca morre, e além de imortal não é cansativa e sim um deleite.
O texto também nos remete a questão do poeta ser finito e a poesia infinita, pois o poeta morre e sua obra permanece eterna, como por exemplo o quadro A monalisa de DaVinci que é uma das maiores e mais belas telas produzidas até hoje, mesmo que DaVinci tenha morrido há muito tempo.
Outro ponto comum entre o texto e a palestra é que ambos falam da inspiração, do motivo pelo qual o poeta escreve, sendo esta inspiração algo místico e incontrolavel sendo de natureza espontanêa.

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