segunda-feira, 6 de julho de 2009

Gourmet Nacional



Poemeu de louvor
ao bom gurmê nacional.

Se,
Já nos tempos de Cabral,
Selvagem comia bispo
Com prazer, sem ritual,
E até sem avental,
Se
Hoje pobre come rato
Como coisa natural
Se
Todos nós comemos carne
De tudo de que é animal
Se gente sempre comeu gente
E nem só por via oral
Por que culpar os ministros
Que comem 30 por cento
Comem bem ou comem mal?
Meu bem, na hora da fome,
Que de nós não é canibal?

Millôr Fernandes

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